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A História do Ouro no Brasil


Você conhece a relação entre o ouro brasileiro e a Revolução Industrial inglesa? Grande parte dos metais preciosos retirados daqui na época em que éramos colônia de Portugal foi usada pela coroa portuguesa para quitar dívidas com a Inglaterra. Assim, nossa riqueza contribuiu para financiar uma das maiores revoluções da época moderna.

Nos últimos posts aqui do blog do Ateliê Labriola, temos falado sobre as pedras preciosas brasileiras - que são lindas! Mas percebemos que muita gente desconhece a história da exploração do ouro brasileiro, que faz parte de um capítulo importante da nossa História: o ciclo do Ouro, que começou no fim do século XVII, com o declínio do ciclo açucareiro, em meados do século XIX.

Como acontece em História, foi uma série de fatores que levou à exploração do ouro por aqui, principalmente nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Vamos a uma aulinha rápida para relembrar? :)

Bom, na época a Holanda começou a investir no plantio de cana de açúcar em ilhas da América Central. Seus produtos eram mais baratos e tinham ótima qualidade e ganharam notoriedade no mercado europeu, fazendo com que os plantios portugueses no Nordeste brasileiro entrassem em decadência. Além disso, com a unificação das coroas ibéricas, Portugal pode investir na “interiorização” do Brasil, já que tinha autorização para ultrapassar os limites geográficos do Tratado de Tordesilhas.

Esses dois fatores proporcionaram a “corrida ao ouro”, que teve seu auge no século XVIII, quando o Brasil se tornou o maior fornecedor do metal precioso do mundo!

Muita gente saiu do litoral para o interior para se dedicar à mineração, que também contava com a mão de obra escrava. Usando como referência apenas os registros oficiais, entre 1740 a 1759 foram mais de 60 mil quilos de ouro garimpados. Além dele, o arraial de Tijuco - hoje Diamantina, Minas Gerais - foi a maior lavra de diamantes no ocidente da época, com 3 milhões de quilates (falando nisso, você conhece as diferentes cravações para o diamante?).


Barra de ouro do século XVIII, auge do Ciclo do Ouro no Brasil (hoje, propriedade do Estado Brasileiro)

Para burlar o pagamento de impostos à Coroa, muitos metais e pedras eram contrabandeados, especialmente dentro de imagens de santos - o que deu origem à expressão “santo do pau oco”. Aliás, é desta época também outra expressão muito usada ainda hoje: como a Coroa Portuguesa cobrava uma taxa de um quinto sobre todo o ouro garimpado, é daí que vem o termo “Quinto dos Infernos”, como os garimpeiros se referiam ao imposto.

Mais recentemente, no fim da década de 70, tivemos uma nova “corrida do ouro” na região de Serra Pelada, no Pará. De lá para cá, a produção nacional de ouro cresceu com a entrada de empresas especializadas

em sua exploração, mas caiu nossa participação no mercado mundial. Se com o ouro não temos tanto destaque nas exportações, somos referência no mundo da joalheria por duas pedras preciosas: o Topázio Imperial e a Turmalina Paraíba!

E para quem quer trabalhar com ouro, aprendendo o ofício da ourivesaria, que tal se inscrever num dos cursos do Ateliê Labriola? ;)

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