20 Anos de Labriola: E ele se tornou um mestre
- Ateliê Labriola

- 16 de jul.
- 3 min de leitura
Mesmo com a estrutura da escola pronta, ainda faltava formar mais uma aliança fundamental para consolidar aquele empreendimento. À medida que os alunos chegavam e as bancadas se enchiam de limas, serrinhas e sonhos, o Ateliê começava a ganhar identidade própria. Não demorou muito para que Geraldo fosse deixando a produção de joias em segundo plano, dedicando-se cada vez mais ao ensino. Sua paixão sempre foi compartilhar conhecimento — e a escola se tornou sua verdadeira obra-prima.

No fim de cada expediente, Margot passava no Ateliê. Ela vinha como quem só queria apoiar o companheiro, mas logo estava envolvida com pagamentos, organização, atendimento, agenda. Ainda atuava como professora de inglês. Entretanto, havia algo dentro dela que também pedia mudança. Geraldo não demorou a perceber: “Você vai ser fundamental pra isso aqui crescer.” E ele estava certo.
A entrada de Margot como sócia marcou uma guinada. Com sua experiência como educadora, trouxe estrutura, planejamento, visão de futuro. A escola ganhou contornos mais definidos e passou a se apresentar ao mundo como Ateliê Labriola – Escola de Ourives. Enquanto Nara redesenhou o logo, a jornalista Jô Mainard, amiga do casal, deu o toque certo na comunicação, alinhou a linguagem à nova proposta e ajudou a consolidar a missão do Ateliê.

Vieram os materiais impressos, as primeiras incursões nas redes sociais. Porém, o “boca a boca” continuava sendo a ponte mais robusta entre o Ateliê e o mundo. Clientes e ex-alunos se tornavam também um elo, verdadeiros embaixadores da experiência vivida ali.
Foi nesse novo momento que nasceram alguns projetos especiais: o Noivos Ourives®, em que casais confeccionam suas próprias alianças, e o Ourives por um Dia®, uma vivência introdutória na qual qualquer pessoa pode sentir o prazer de criar um anel com as próprias mãos. Essas experiências não apenas ampliaram o público da escola como também reforçaram seu propósito de tornar a ourivesaria acessível e simbólica, longe da ideia de que joia é apenas um artigo de luxo.

Margot assumiu todo o coração administrativo e financeiro do Ateliê. Comunicação, logística, eventos, relacionamento com clientes — ela tem um pé em cada canto e um olhar atento sobre tudo. Para Geraldo, ela é a alma do lugar. A sensibilidade com que traduz o trabalho técnico em algo acolhedor e encantador é parte essencial do que o Ateliê se tornou. Ele, por sua vez, é a veia criativa da escola, o mestre ourives no mais pleno sentido da palavra.
A parceria entre os dois é rara. Transcende o casamento. Há respeito mútuo, cumplicidade e confiança. Quem entra no Ateliê percebe: aquele espaço pulsa a dois corações.

Ao longo de 20 anos, a escola se firmou como referência na ourivesaria artesanal. Os fornecedores são escolhidos a dedo, os professores e assistentes, parceiros de longa data. Tudo é feito com ética, qualidade e afeto. No entanto, os tempos mudaram — e com eles, os alunos. Hoje, há uma busca maior por experiências pontuais, aprendizados rápidos. O Ateliê, por sua vez, segue se adaptando, sem perder a essência: a joia como ferramenta de expressão, o fazer como caminho de autoconhecimento.

Ver alunos florescerem, casais celebrarem suas histórias em alianças feitas por suas próprias mãos, clientes emocionados com a simbologia de uma peça — tudo isso é o que move os Labriolas. Para eles, a ourivesaria é uma ponte habilidosa entre o sensível e o concreto. É arte, é gesto, é presença…
Mais do que uma escola de joias, o Ateliê Labriola é um espaço de encontro. Um lugar onde o tempo ganha outra medida, onde o brilho não vem só do metal e das pedras preciosas, mas do olhar de quem descobre, ali, que criar com as mãos também pode ser uma forma de se transformar por inteiro.




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