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CRAVAÇÃO?! MAS O QUE ISSO TEM A VER COMIGO?

Gente boa, tranquilo, minucioso e sempre de bom humor, essas são algumas das qualidades que descrevem o mestre ourives Hélio Rinaldo dos Santos, expert em cravação. Quem o conhece pessoalmente vai concordar que ele não poderia ter escolhido outra especialidade mais interessante para aplicar seus dons. 


Formado em ourivesaria pela Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo (AJESP), Hélio foi percebendo, na prática da bancada, a importância de conhecer melhor as técnicas de cravação para poder preparar e executar suas próprias peças. Esse desafio conquistou sua atenção, e ele passou a se dedicar à cravação em tempo integral. Em um piscar de olhos, sua clientela foi mudando de perfil, e Hélio começou a fazer cravações para outros ourives, tornando-se uma referência na área.



O crescente apelo das joias com pedras preciosas aqueceu também o mercado da joalheria artesanal e aumentou a demanda por cravadores. Como Hélio gosta de ressaltar, a gema é o brilho da peça que destaca e valoriza a joia, conferindo-lhe um ar de sofisticação, até mesmo quando o tipo de cravação é básico. Ao compararmos uma peça bem acabada antes e depois de ser cravada, logo constatamos a diferença enorme que a pedra impõe. Daí a importância de se escolher o tipo de cravação ideal para a joia em questão, e dominar sua técnica para que fique "perfeita".  


Aspas na perfeição porque no mundo da ourivesaria artesanal é praticamente impossível chegarmos a esse nível. Tudo que é feito manualmente tem a marca registrada da singularidade, o que não significa imperfeito! O que vale, de acordo com o Hélio, é aprimorar o conhecimento técnico e colocá-lo sempre em prática. Essas são estratégias permanentes para quem deseja caprichar na confecção das joias e trabalhar com autonomia.



Hélio nos contou que mesmo para ele não foi fácil começar a cravar. Na época, não podia contar com outros colegas próximos para trocar experiências, pois era o único que fazia cravação dentro da empresa na qual trabalhava. Mas sua persistência lhe rendeu muitos aprendizados, e hoje ele se tornou também um instrutor na área.


Há diferentes tipos de cravação, variando entre o clássico e o moderno, e cada um deles tem sua beleza própria. A cravação de caixinha, por exemplo, utiliza o martelete e é bastante delicada. Já a cravação de garra dá o aspecto mais volumoso à peça. A escolha depende mesmo do estilo da pessoa. Algumas técnicas são mais fáceis do que outras, no entanto todas elas exigem bom preparo anterior para que a cravação fique mais ajustada. Como resultado, a joia ganha em resistência e beleza estética.



Portanto, ainda que não pretenda executar diretamente a cravação, todo ourives precisa saber pelo menos um pouco sobre fixação de pedra. Talvez, o maior desafio para quem está começando a cravar seja o dimensionamento correto do espaço para o encaixe da pedra. Isso vale principalmente para alguns tipos de cravação, como a inglesa e a francesinha, por exemplo. Como explica o Hélio, a cravação também demanda raciocínio lógico e abstrato para calcular o espaço necessário da posição da pedra, levando em consideração sua lapidação e o efeito desejado na joia. Em peças com mais de uma pedra, esse planejamento tem que ser meticuloso.


Em sua experiência como cravador, Hélio já recebeu inúmeras peças sem a abertura necessária para a pedra. Isso é bastante comum quando se trata da cravação inglesa, por exemplo. Às vezes é questão de apenas um milímetro, mas acaba comprometendo o trabalho como um todo. Dimensionar o "pavilhão da pedra" é uma verdadeira arte. O que muitos ourives não sabem é que esse conhecimento é bastante acessível. 


Para quem acha que fixação de gemas é tarefa exclusiva do "cravador", o Hélio esclarece: com alguns recursos técnicos e ferramentas adequadas, o ourives já consegue fazer, ele mesmo, a cravação da pedra. Ou, no mínimo, vai garantir a qualidade da estrutura da sua peça e otimizar a tarefa do cravador.


Aqui Ateliê Labriola, apostamos nessa certeza. Por isso, organizamos um curso exclusivo com o Hélio, parceiro de longa data, para expandir o repertório dos nossos alunos e de outros ourives interessados em aprimorar seu trabalho. Seguimos confiantes de poder contribuir para a formação de ourives, sempre inovando!




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